terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Homenagem póstuma a Dr. ÁLVARO BOSCO LOPES DE OLIVEIRA (1937-2009)



Por Francisco José dos Santos Braga




Homenagem a meu primo Álvaro Bosco Lopes de Oliveira (1937-2009)in memoriam. 


I.  INTRODUÇÃO 



No meu discurso de Defesa do meu Patrono Lincoln de Souza no IHG, proferido em 3 de fevereiro de 2013, sendo empossado na Cadeira nº 22 patronímica desse grande escritor são-joanense, tive a oportunidade de fazer a seguinte homenagem ao saudoso confrade Dr. Álvaro Bosco Lopes de Oliveira: "No dia 7 de agosto de 2011, tive a elevada honra de tomar posse como Membro Efetivo deste egrégio IHG, ocupando desde então a Cadeira nº 22, patronímica do escritor, jornalista e poeta são-joanense Lincoln Teixeira de Souza (1894-1969), em virtude de ter solicitado alteração de minha categoria anterior de Sócio Correspondente, estando este meu pedido amparado no fato de estar residindo na cidade de São João del-Rei desde o ano anterior. Devo confessar que o presidente Artur Cláudio da Costa Moreira acolheu-me então com afeição e simpatia, designando-me para ocupar a cadeira nº 22, patroneada por Lincoln de Souza, que se encontrava vaga, e mais tarde honrando-me com o convite de participar de sua Diretoria, na qualidade de Secretário.

Naquela oportunidade, afirmei que meu ingresso no IHG tinha sido fruto da insistência solidária e magnânima do saudoso confrade Dr. ÁLVARO BOSCO LOPES DE OLIVEIRA, o qual, em reconhecendo minha aptidão para a pesquisa histórica, me conduziu à presença do Presidente do IHG de então, o Sr. José Antônio de Ávila Sacramento. Este mostrou-se extremamente interessado no meu ingresso e empenhou-se pessoalmente para que eu fosse nomeado Sócio Correspondente deste ilustre Sodalício, o que ocorreu em 3 de junho de 2007. Tive, pois, a sorte de ser admitido como confrade deste Instituto no ano em que nossa cidade estava em festa, pois tinha sido escolhida para receber o título de Capital Brasileira da Cultura 2007. (...)"¹

Ao final daquela minha fala, o confrade e ex-Presidente do IHG de São João del-Rei, Sr. José Antônio de Ávila Sacramento, pediu a palavra para, entre outras coisas, dizer "sentir-se muito gratificado com as palavras ditas pelo orador, mas que tinha feito apenas a sua obrigação enquanto Presidente desta Casa, quando o IHG acolheu o seu nome (do orador) para Sócio Correspondente. Acrescentou que não foi mérito nenhum seu, tendo revelado que foi instrumento do clamor das pessoas que já conheciam o orador Braga, daquilo que já ouvira falar a respeito dele, uma vez que não tivera ainda a oportunidade de saber ao vivo, de presenciar, de conhecer. Veio a conhecer graças ao confrade ÁLVARO BOSCO LOPES DE OLIVEIRA, grande e ilustre amigo de fé e irmão camarada dele próprio, do orador e de vários confrades ali presentes, um homem íntegro, assim como o orador, intelectual dos sete costados, pessoa íntegra, honesta, inteligente, músico, pianista, poliglota, mas sobretudo pessoa sensível, humana e o amigo leal de todas as horas, sobretudo das horas mais difíceis, quando as pessoas fogem daqueles que são acusados injustamente. (...)" ²

Álvaro Bosco Lopes de Oliveira foi membro titular do IHG, ocupante da cadeira nº 17 patroneada por Severiano de Rezende.

Muitos confrades do IHG e conhecidos de Álvaro certamente ainda se lembram do seu relato da cura milagrosa de um câncer de pulmão, obtida mediante a invocação reiterada de Nhá Chica, a então Serva de Deus, nascida no distrito do Rio das Mortes Pequeno e falecida em Baependi. Álvaro fez inúmeras caminhadas ao local, onde nascera Nhá Chica e lá, naquele sítio sagrado que a memória do povo preservou sob a denominação de "Chica Pola" (Francisca Paula, o nome de Nhá Chica), tomou conhecimento dos milagres da beata em favor do povo simples do lugar e ouviu depoimentos de graças obtidas por intermédio da "santinha do Rio das Mortes", razão por que em breve se tornaria mais um devoto de Nhá Chica. Eu próprio lembro-me de ter acompanhado algumas vezes Álvaro ao sítio denominado "Chica Pola", à margem da Estrada Real/Caminho Velho, tanto para prestar-lhe culto quanto para fazer suas preces de devoto. Contava ele que o próprio diagnóstico do câncer tinha sido milagroso, tendo sido possível debelá-lo por ter sido diagnosticado cedo. Na ocasião, segundo Álvaro, encontrava-se em Belo Horizonte, em visita à sua mãe Anita, fervorosa devota de Nhá Chica, quando se dirigiu a uma piscina próxima à casa materna para prática de exercícios aquáticos, tendo sofrido uma queda numa escada. Ao procurar o setor de Raio X de uma clínica, foi constatado que não sofrera nenhuma fratura de costela, mas que o Raio X identificara infelizmente uma mancha no seu pulmão. Álvaro sempre atribuiu a cura dessa sua moléstia à intercessão de "Santa Nhá Chica", que, de acordo com ele, foi sua intercessora permanente diante de Deus.

Além dos traços de personalidade já apontados por sua irmã no item III abaixo (biografia de Dr. Álvaro), acho que posso acrescentar algo do que depreendi de minha longa convivência com meu biografado. Sua alegria contagiante, brincalhão, católico fiel, fez da entrega absoluta de sua vida —primeiro — à proteção de Nossa Senhora do Carmo, — depois — à intercessão de Nhá Chica o seu ideal de vida, campeão de jogo de damas, amante de palavras cruzadas, defensor e praticante de uma advocacia caritativa, sincero e leal em suas amizades, franco e direto nas suas posições, cinéfilo contumaz. Pessoa cordial e prestativa, sabia entretanto recusar qualquer proposta indecorosa. Não se intimidava diante de nenhuma afronta, disposto a não levar nenhum desaforo para casa. Dotado de uma personalidade cativante, mostrava-se às vezes impertinente na defesa de um argumento ou de sua opinião já formada. Em sinal de reverência, costumava chamar o seu interlocutor por seu nome completo. Gostava de viajar pelo País e ao exterior: cito, por exemplo, a inesquecível viagem que fizemos à Grécia, na companhia agradável de sua esposa Emma Lanna, no ano de 2001. Dotado de vontade férrea, foi capaz de abandonar o vício do tabaco e da bebida alcoólica, diante de uma iminente ameaça de enfisema pulmonar, no primeiro caso,  e de insistente pedido de familiares, no outro caso. Pode-se dizer que Álvaro foi um vitorioso, pois conseguiu que sua vida tenha sido uma lista de felizes realizações, apesar dos percalços naturais. Fino contador de casos, era uma memória viva de fatos e episódios vivenciados e presenciados na sua infância e juventude, bem como de personalidades que frequentou. Acolhedor, em sua presença era impossível não se sentir à vontade.

Na vida de Álvaro houve um claro divisor de águas, que ocorreu quando tinha 61 anos de idade: o dia do seu casamento em 30 de dezembro de 2000 com a Profª Emma Lanna na igreja Nossa Senhora do Carmo em São João del-Rei. Emma representou o que se costuma chamar de alma-irmã, porto seguro, aquela companheira inseparável e fiel de todas as horas. 

O venturoso casal e eu fizemos uma viagem à Grécia, que se deu no período de 19 de abril a 26 de maio de 2001. Visitamos primeiramente Atenas durante 3 dias, depois fizemos um passeio com ferry-boat de 8 dias à ilha de Creta, donde voltamos em 2 de maio a Atenas para presenciarmos a passagem do papa João Paulo II por lá. Por ocasião de nossa passagem por Creta, fiz a anotação de um dos conhecidos provérbios cretenses, que vimos em certa localidade da ilha e que diz: "Assim como o bode é forte, não o prende o curral; o homem faz a descendência, e não a descendência, o homem." ³

No dia 5 de maio, véspera do aniversário de Álvaro, Karol Wojtyła celebrou uma missa num campo de basquete em Piréus. Visitamos as ilhas de Santorini, Paros e Mykonos, de 7 a 14. Da noite de 14 à tarde do dia 16, conhecemos inúmeras atraçoes turísticas de Atenas, com destaque para a Acrópole, o teatro de Herodes Ático (utilizado para o Festival de Atenas). Passeamos pelo Peloponeso (Corinto, Náfplio, Argos, anfiteatro de Epidauro   ou de Epídavros, como se diz em grego, etc.), da tarde do dia 16 a 19. No dia 20, visitamos as ilhas situadas no Arquipélago Argo-Sarônico, mais especificamente Hydra e Spetses. No dia 21 visitamos Tebas. Reservamos o dia 22 para visitar as ruínas de Delfos e seu famoso templo de Apolo. O oráculo de Delfos era normalmente representado por uma ou mais píthias, que eram mulheres profetizas de mais de 50 anos e com passado irrepreensível. No mesmo dia, descemos de carro até Itéa e passamos por Chalkída. No dia seguinte, saímos de ferry-boat para o porto de Atenas, Piréus. Até o dia 26, dia de nossa saída da Grécia com destino ao Brasil, ficamos apreciando atrações turísticas ainda não vistas e passeando na capital Atenas.

 
Teatro de Epidauro


















Em Firá, Santorini, havia, defronte ao hotel em que nos hospedamos, um prédio de três andares embargado, certamente por ter sido construído em local inapropriado e por ter avançado na praia, além do limite para construção de casas. Algum turista muito esperto escreveu nas suas paredes externas, em letras garrafais maiúsculas, algo como um provérbio que despertou minha atenção:
ANYONE CAN DIG A HOLE. IT TAKES A MAN TO NAME IT HOME.
Depois soube que esse é o título, com uma leve variante (Anyone can dig a hole but it takes a real man to name it home ), de uma música da banda Underoath de Tampa, Flórida, no álbum Lost in the Sound of Separation.


II.  O FIM DA GUERRA, por Álvaro Bosco Lopes de Oliveira


Os convocados tinham o apelido de ARIGÓS , porque eram na sua maioria gente simples da roça. Naquele dia 6 de maio de 1945 eles chegaram à pensão de meu pai, eufóricos, transbordando de alegria.
Pensão de Miguel Lopes de Oliveira (a mesma casa retratada no conto            "O Segredo", de Lincoln de Souza, na  6ª edição do seu livro "Contam que...", de 1957, segundo desenho de Armando Pacheco, com base em                                                                        fotografia fornecida pelo autor)

Chegaram me jogando para cima, fazendo festa. O clima de alegria contageou a todos. Meu pai trouxe guaraná e cerveja e a festa foi se avolumando, pipocando por toda a cidade. Fiquei perplexo com aquela grande festa, na pensão de meu pai, no Segredo e no resto da cidade... No pouco entendimento dos meus oito anos, eu achei que aquilo era uma grande festa do meu aniversário. Só mais tarde vim a saber que toda aquela festa contagiante era porque tinham se livrado da Guerra, tinham se livrado da perspectiva da morte nos campos de batalha da Itália, para onde muitos já haviam ido; aquele 6 de maio de 1945 foi o dia da rendição alemã, o fim da II GRANDE GUERRA. 

Mas a festa não ficou só na cerveja e guaraná. Teve outros lances. E um, digno de registro: um soldado do glorioso 11º Regimento Tiradentes, junto com o piloto Messias, sobrevoou, deu voos rasantes sobre o Regimento e imediações, jogando cal, purificando e embranquecendo as pessoas, pacificando o mundo!

E o soldado? E aquele soldado que jogava cal de um teco-teco? Quem era?

O soldado que teve participação tão original nas comemorações do fim da Segunda Guerra era FERNANDO SABINO. Também ele aguardava com ansiedade o desenrolar da Guerra na expectativa de ir para a frente de combate.

Não conheço nenhuma crônica de Fernando Sabino que faça alusão ao fato, mas em "O Grande Mentecapto" ele faz o herói do livro, Viramundo, viver parte de sua vida aventurosa e picaresca em São João del-Rei. Nesta passagem por São João del-Rei, Viramundo acaba participando de uma orquestra local, e aí, como em todos os lances do romance, faz as suas trapalhadas, de forma saborosa para o leitor.

Mas deixemos de divagações, voltemos ao dia 6 de maio de 1945. A rendição alemã tirou um peso do mundo. A humanidade voltou a respirar aliviada, cheia de entusiasmo para reconstruir dos escombros os edifícios e cidades que a loucura de HITLER havia atingido. 


III.  DADOS BIOGRÁFICOS,  por Maria do Carmo Lopes de Oliveira Braga


Álvaro Bosco Lopes de Oliveira, terceiro filho de uma família de onze irmãos, nasceu em São João del-Rei, em 6 de maio de 1937. Seus pais, Anna Braga Lopes e Miguel Lopes de Oliveira, deram-lhe o nome "Álvaro" em homenagem ao Padre Álvaro Negromonte, cuja santidade encantou a todos que ouviram suas palestras naquele ano de 1937, e "Bosco" em honra a São João Bosco.

Em sua infância explode a Segunda Guerra Mundial. Conviveu com muitos convocados que chegaram a São João del-Rei para se alistar no 11º Regimento de Infantaria. Alguns deles se hospedaram na casa de seus pais e avós, transformada em pensão, uma vez que na cidade não havia mais locais para hospedá-los, tão grande o número de soldados recrutados.

No seu aniversário de oito anos, os adultos estavam brindando pela rendição da Alemanha aos aliados e ele achou que estavam comemorando seu aniversário. Após o término da guerra, estudou no Grupo Escolar Maria Teresa. Trabalhou na "Fábrica de Calçados Eduardo Lopes", ajudando seu pai Miguel e seu tio José, carinhosamente chamado pelos sobrinhos de "Tio Zeca". Ele e seus irmãos sempre tiveram por esse tio uma grande estima e amizade.

Nasceu e morou no Segredo, bairro antigo e deserto de São João del-Rei. Jogava futebol, bolinhas de gude, finco e soltava pipa com seus irmãos e amigos e se encantava com as partidas de tênis dos são-joanenses que frequentavam o Athletic Club. Quando tinha dez anos, sua família mudou-se para uma casa em frente à Igreja do Carmo.

Com dezessete anos foi morar em São Paulo e ingressou no Banco de Crédito Real, onde já trabalhava seu tio materno Roberto Norberto Braga, que o indicou para o cargo que exerceu. Contou também com o apoio dos tios Júlio Teixeira e Roque da Fonseca Braga, cunhado e irmão de sua mãe. Trabalhou com os amigos conterrâneos e contemporâneos Chitarra e João José, sendo este último seu primo, filho dos tios Maria e Alvim Lopes. Em 1956, deixa São Paulo e volta a São João del-Rei para servir o Exército, primeiro como soldado e depois como cabo.

Quando saiu do Exército começou a trabalhar no comércio de enxovais para noivas com seus irmãos "Eduardinho" e Maurício e por longos anos essa foi a sua atividade. Mas, como muitas coisas em nossas vidas nem sempre são como planejamos, Álvaro passou por momentos de indecisões. No começo de 1970 resolveu então ir para o Rio de Janeiro. Trabalhou no ramo imobiliário e prestou vestibular para Advocacia, a qual se tornou sua atividade profissional até se aposentar.

Em 1978 começou a exercer sua profissão de advogado em sua cidade natal. Atendia os mais necessitados gratuitamente. Aliás, esse foi seu traço marcante. Soube em toda a vida ter consideração para com os pobres e marginalizados, que tinham por ele um duplo sentimento de respeito e de admiração. Em meados da década de 80, ingressou no Serviço Público Estadual onde fez sólidas amizades. Nessa mesma época, sentiu-se muito honrado ao ser convidado para participar como sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, fazendo questão de estar sempre presente nas reuniões mensais.

Aos poucos foi se libertando do vício do álcool, tornando-se um grande aliado dos "Alcoólicos Anônimos" de São João del-Rei. Ajudou muitos amigos a superar essa dependência. Sua vida milagrosamente se transformou, alegrando o coração de sua mãe Anita e seus irmãos, que tanto confiaram em Deus esperando por esse momento.

Seu firme passo deu-se em 2000, então com 63 anos, quando se casou com Emma do Carmo Parentoni Lanna de Oliveira, esposa exemplar, sua fiel companheira. Iniciava uma nova etapa em sua vida. Tornou-se grande amigo dos familiares de sua esposa e teve por eles uma imensa admiração. Ele e Emma passearam pelo Brasil e pelo exterior, aproveitando com muita alegria esses momentos inesquecíveis.

Diariamente encontrava-se com amigos e batiam papos agradáveis e alegres  relembrando cassos e histórias da tão querida São João del-Rei.

Jamais se descuidou do sentimento de amor a seus avós, pais, tios, irmãos, cunhados, sobrinhos e primos. Seu ar descontraído alegrava quem estivesse por perto. Conversava com pessoas de todas as idades e classes. Contava anedotas e entendia de cinema como ninguém. Era um cinéfilo. Gostava imensamente de falar e referenciar antigos e novos filmes.

Sempre junto de sua esposa, irmãos, familiares e amigos, Álvaro Bosco faleceu em 22 de maio de 2009. Ele será sempre lembrado com muita saudade por todos aqueles que tiveram a oportunidade de tê-lo em sua companhia.

IV.  AGRADECIMENTO


Quero aqui agradecer a meu irmão, Carlos Fernando dos Santos Braga, ter fornecido o belo texto "O fim da guerra", da autoria de Dr. Álvaro Bosco Lopes de Oliveira.


V.   NOTAS DO AUTOR



²  Transcrição de trecho da Ata nº 477, de 3 de fevereiro de 2013, do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.

³  Σαν είναι ο τράγος δυνατός δεν τονε στένει η μάντρα, ο άντρας κάνει τη γενιά κι όχι η γενιά τον άντρα.

  Sobre o teatro de Epidauro, encontra-se na Infopédia a seguinte referência: "A arquitetura grega mantém, no essencial, as suas características clássicas desde o final da Guerra do Peloponeso até à conquista romana. O único elemento original introduzido neste período foi a remodelação dos teatros, construções muito importantes para a cultura grega, amante da arte da representação. 
Os teatros, construídos ao ar livre, passam a ser planeados de uma forma racional, adotando uma estrutura regular. Até ao século IV a.C., o teatro era apenas um auditório, implantado numa encosta, preferencialmente côncava, servida por bancos de pedra. A partir deste momento a rocha é escavada em hemiciclo, o que permite criar filas de bancadas concêntricas com intervalos regulares. O espaço central do teatro, de formato circular, era reservado para a atuação do coro.
O teatro de Epidauro, construído no século IV a.C. (c. 350 a.C.), é um belo exemplar deste tipo de construção grega. Neste caso podem ser observados alguns vestígios de um grande compartimento, possivelmente utilizado como uma estrutura de suporte do cenário.
O teatro faz parte da estação arqueológica de Epidauro, um local classificado Patrimônio Mundial pela UNESCO."

  Trad.: Um buraco qualquer um pode furar, mas é preciso um verdadeiro homem para aquilo ser chamado de casa.

  Nos Estados do Amazonas e Pará, principalmente, arigó é a designação dada aos nordestinos, em especial cearenses, que para lá migraram a fim de participar, como "soldados da borracha", da extração do látex das seringueiras no esforço de guerra durante a II Guerra Mundial. Foram, ao todo, 55.000 brasileiros recrutados pelo governo Getúlio Vargas para produzir, nos seringais da Amazônia, 100.000 toneladas de borracha por ano para os países aliados. Fugindo da seca de 1942, os nordestinos se alistaram como voluntários, dos quais pelo menos 31.000 morreram, vítimas de malária e outras enfermidades, além dos problemas decorrentes da dura jornada de trabalho.


17 comentários:

Desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima (Membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Grande figura.
Temos aqui em BH o irmão dele, Dr. Eduardo, advogado e um gentleman.
Rogério

Ulisses Passarelli disse...

Mais uma brilhante pesquisa de Francisco Braga! Muito justa a homenagem. Grande abraço.

Anônimo disse...

Sempre ilustre Francisco Braga,

Como foi gratificante para todos nós que conheciamos de muito perto, Doutor Álvaro Lopes, a sua homenagem póstuma ora lhe prestada em seu blogger. Álvaro, foi exatamente aquela figura discorrida, o que, aliás, não deixando margem para mais acrescentar.Grande alma!

Fiquei surpreso em saber de seu laço de parentesco com seus pais.

Musse Hallak

Clarete disse...

Prezado Francisco Braga, Saudações Brasilienses!

Tenho sido honrado com o recebimento de suas mensagens o que me oferece a oportunidade de acompanhar o rico conteúdo de suas notícias, pelo que muito agradeço.
Clarete

Anizabel Nunes Rodrigues de Lucas disse...

Feliz escolha a sua pois Alvaro era realmente uma pessoa muito interessante. Tive a felicidade de conviver com ele e minha grande amiga Emma, sua esposa e, ainda, em sua residência jogarmos deliciosas partidas de buraco, juntamente com outras amigas.

Antônio de Oliveira disse...

Prezado primo,
Seus trabalhos são sempre fruto de muito trabalho e pesquisa. Parabéns
Antônio

Pedro Paulo Torga da Silva disse...

Valeu Francisco, me lembro muito bem dele. Fomos vizinhos por muitos anos. "Recordar é viver"! Obrigado

Pedro Paulo

Alda Oliveira disse...

Muito agradecida pelo envio do pertinente e justo texto.

Saudações,

Alda Oliveira

José Lourenço Parreira (escritor e violinista) disse...

Caro amigo Francisco Braga,
acordei mais cedo hoje: três da madrugada! Insone, resolvi, envolto no silêncio, colocar em dia a leitura dos emails. Assim, li sua bela página sobre o Dr Álvaro Bosco Lopes de Oliveira. Seu estilo envolvente, sua singular maneira de descrever e a riqueza de tudo o que foi escrito suscitou em mim uma saudade muito grande da nossa São João tão abençoada por Deus que lhe dá tantos ilustres filhos, dentre eles, Francisco Braga. No texto, você fala que o homenageado foi miraculado com a intercessão de Nhá Chica e, tal fato, faz com que o leitor reverencie o homenageado que o foi, pelo Altíssimo, em sendo curado.
Amanhece o dia, meu caro, aqui na distante Campo Grande. Antes de sair, vou fazer uma oração para Nhá Chica para que interceda por todos nós, seus conterrâneos, em especial pelo caro amigo Braga!
JLourenço Parreira

Prof. Fernando Teixeira (Secretário Geral da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Grato pelo envio, caro Braga. Há pessoas que transcendem biografias por terem sido quem foram. A síntese biográfica de seu primo evidencia alguém transformado pela fé em Deus e nos seus santos, também pela coerência de uma vida retilínea. É bom saber que existiram pessoas assim. Isto apenas enriquece nossa galeria de modelos. O Senhor proteja você e Rute sempre. Fernando Teixeira

Profª Elza de Moraes Fernandes Costa (gerente do Portal Concertino) disse...

Prezado Braga,

Parabéns pelo primoroso texto.

Um abraço,

Elza.

Eduardo Lopes de Oliveira disse...

Francisco José,

Parabéns pelo texto que você escreveu, prestando uma homenagem ao Álvaro.

Como, hoje, sou o mais velho dos irmãos, agradeço-lhe em nome de todos.

Sem dúvida alguma, o Álvaro era querido por todos ,principalmente pelos que, por necessidade, o procuravam. Por isso, foi uma figura ímpar.

Obrigado e um forte abraço do primo,

Eduardo.

Maria do Carmo Lopes de Oliveira Braga disse...

Meu prezado primo e cunhado Francisco,
muito me emocionou a homenagem póstuma que
você prestou ao meu querido irmão Álvaro. Ele era muito simpático, tratava com distinção as
pessoas, qualquer que fosse sua classe social. Era imensamente generoso e antes de tudo muito espirituoso. Gostava de uma boa conversa e o que mais lhe agradava era relembrar as histórias de nossas famílias. Ele e os irmãos Eduardinho, Maurício, Eduardo, Celso, Ana Maria e Francisco, moraram na "Casa do Segredo" e sempre se lembravam dos casos ocorridos naquela casa misteriosa, onde aproveitaram com alegria a infância e a adolescência.

Álvaro sempre o admirou, Francisco. Talvez pela capacidade que você tem de transmitir aos nossos conterrâneos as histórias de nossa querida São João del-Rei e daqueles que se destacaram para torná-la inesquecível.
Com estima e gratidão, agradeço-lhe e parabenizo-o pelo brilhante trabalho.
Maria do Carmo Lopes de Oliveira Braga (escritora)

Márcio Vicente Silveira (escritor e historiador) disse...

Prezado Prof. Braga:

De há muito tenho o prazer de receber suas mensagens e acesso a seu blog. Sou, de longe (e há muito tempo), admirador de seu trabalho. Em São João, tenho alguns amigos, como o escritor e acadêmico, José Cláudio Henriques.

Um grande abraço do
Márcio Vicente Silveira

Caio e Mônica disse...

Conheci o Álvaro. Era solidário e alegre. Agora através de seu brilhante artigo, tivemos a oportunidade de saber mais a respeito de sua vida.
Espero que você, possa continuar nos brindando com novos artigos a respeito de outros ilustres sanjoanenses.

Pedro Silva (escritor português) disse...

Excelente! Como sempre, aliás.
Pedro Silva

Paulo Sousa Lima disse...

Li seu ótimo texto e o parabenizo. Fico feliz de saber seu parentesco com a escritora Maria do Carmo, minha vizinha lá nas Águas Santas.
Abraços na esposa.
Paulo Sousa Lima