domingo, 4 de fevereiro de 2018

CARTA A DOM BOSCO


Por João Bosco de Castro Teixeira

São João del-Rei, 7 de setembro de 2015 

Querido Dom Bosco. 

Vivam seus duzentos anos de vida! Ao lhe escrever esta carta, espero encontrá-lo vivo, como vivo você anda por aqui. Tão vivo que faz sentido aplaudir seus duzentos anos. É verdade. Você está vivo em muita gente que, na sua esteira, continua intensamente preocupada com a juventude. E muitos, muitos seguidores seus, com a juventude mais necessitada. E você está vivo também para este grupo que aqui está e que insiste em cantar com vigor: Dom Bosco é um canto infinito. Então, Dom Bosco, congratulo-me com você pelos seus duzentos anos. 

Valho-me da ocasião para lhe dizer, caso ainda não saiba, que tem gente por todo lado comemorando muito seu aniversário. Só para você ter ideia: aqui em Araxá foram cem dias de comemoração, sem contar estes que estamos vivendo hoje. Em São João del- Rei, a comemoração de trinta dias, foi um lindo testemunho apresentado por todas as paróquias da cidade e muitas da diocese. Os Salesianos ficaram espantados com a receptividade que a programação alcançou. Foi uma beleza. Você continua exercendo um forte atrativo pelo fato ter feito uma clara e determinada opção pela juventude, particularmente mais carente. Isso cativa o povo. Foi tal opção que o levou a escrever uma vida com intrepidez, com altivez, e, ao mesmo tempo, perpassada de invejável humildade, pois você depositou sua força em Deus. Dom Bosco, você continua muito simpático. Parabéns. 

Minha carta para você, entretanto, tem outras finalidades. Sabe, ela é uma carta de filho para pai. Não receio dizer isso. Conheci você ainda pequeno. A presença na família do papai de dois irmãos padres salesianos, a obra de meu avô paterno em favor dos Salesianos em São João del-Rei, o irmão de Mamãe fazendeiro que tinha duas fazendas, Auxiliadora uma e Dom Bosco a outra , dois irmãos e numerosos primos estudando em colégios salesianos, uma prima Filha de Maria Auxiliadora, além de meu vigário que nunca deixou de me lembrar o dia 31 de janeiro, tudo isso contou para plasmar meus sentimentos em direção a você. E não adiantou o fato de meu irmão mais velho ter ido para um seminário diocesano. Indagado por mamãe se queria mesmo ir para o seminário, respondi que iria para os Salesianos. Por isso, uma carta, muito agradecida, de filho para o pai. 

Dom Bosco, quis muito comemorar seus duzentos anos. Agradeço a Deus tê-lo podido. É que queria lhe dizer umas coisas, queria lhe confidenciar sentimentos, emoções e experiências vividas na sua esteira. Faço isso com simplicidade. Vou me referir a alguns temas pois, se fosse resumir tudo numa única palavra, só diria que você me encantou. Vou me explicar. 

Das primeiras razões de meu encantamento é aquela relativa à espiritualidade. Dom Bosco aquilo de "acredito que uma casa onde se reza pouco, mas se trabalha muito, esteja em melhores condições que aquela em que se reza muito e se trabalha pouco" sempre me cativou. Não sei se por natural dificuldade com a oração contemplativa, essa sua visão calhou muito bem para mim. E ela é reforçada por tantas outras afirmativas: "Aqui fazemos consistir a santidade em estarmos sempre alegres". Que coisa mais maravilhosa: a santidade do tamanho da gente. E outras considerações tão naturais e necessariamente sobrenaturais: "O frio, o calor, as doenças, as pessoas, os acontecimentos são meios que se apresentam como mortificação". "Meus caros jovens, não lhes recomendo penitência e disciplinas, mas trabalho, trabalho, trabalho". É evidente: ninguém desconhece o "contemplativo da ação" que você foi. Ninguém desconhece a polêmica em torno de sua vida de oração: quando é que Dom Bosco reza já que trabalha tanto? Se indagava. Ao que se respondeu com outra pergunta: quando é que Dom Bosco não reza? Que beleza! 

Acho que foi tal espiritualidade, tão grande experiência de Deus, que o dotou de tanta sabedoria, expressa em muitos aspectos da vida. De cara ela se manifestou para mim, naquele fato memorável dos primeiros votos que você recebeu de seus colaboradores em 1862. Não sei se você se lembra do que disse na ocasião: "Desejo ardentemente que ninguém se deixe tomar pelo medo, por alguma inquietação... Estarei sempre em condições de introduzir a paz nos vossos corações e também dispensar-vos dos votos". Que respeito pela história de seus primeiros salesianos. Que respeito pela juventude deles. Que respeito pela transitoriedade da vida, manifesta mesmo em matéria tão séria. Sua sabedoria teve mil manifestações, nos assuntos mais diversificados. É só prestar atenção. "Máximo cuidado no atender às inclinações de cada um"; "O superior estude a índole dos seus subordinados, suas inclinações, a sua maneira de pensar, de modo que a obediência lhes seja facilitada"; "Exorto-vos a atender a inclinação das noviças e das irmãs no dar-lhes ocupação". E isso não eram só palavras. Fale a verdade, Dom Bosco: porque foi que você mandou para a Argentina, na primeira expedição missionária, exatamente dois de seus maiores colaboradores Cagliero e Lasagna? Eu sei: você sabia muito bem da enorme dificuldade que eles tinham em seguir uma vida comunitária regular e exigente. Você sabia que eles precisavam viver mais soltos e lá na Argentina havia tudo por fazer, lá o fazer era mais importante que o obedecer, não? Sempre pensei assim. 

Você era muito perspicaz e isso me deixa encantado. Sua sabedoria fazia com que não tentasse a Deus. Por isso exigia que seus jovens se precavessem de todos os cuidados para atender aos pacientes da epidemia de lepra. Mais: "Eu confio ilimitadamente na Providência Divina. Mas a Providência quer ser ajudada pelos nossos esforços". Que sabedoria. Sabedoria que atingia até aspectos catequéticos: "Jamais obrigar os jovens à frequência dos sacramentos". Dom Bosco, eu o vejo sábio até nos assuntos relativos à gestão: "O Diretor, mais que cabeça de superior, tenha um coração de pai"; "No andamento das casas a base deve ser esta: o diretor faça o papel de diretor, isto é: saiba fazer com que os outros façam: controle, disponha, mas não meta nunca a mão a obra". Minha visão institucional confirma a sabedoria de tal norma. Depois pequenas sugestões: "Não ordenar coisas que se sabe, de antemão, que não serão realizadas"; "Lembrai-vos: a pressa costuma estragar tudo"; "Na véspera de festa haja sempre um bom pensamento. Mas com brevíssimas palavras. Não se faça sermão". E você não ficava só nos bons conselhos. Recorda-me muito, Dom Bosco, o critério que você utilizou para escolher os salesianos que deveriam ir na primeira missão ao exterior. Você queria salesianos com as características de: saúde, ciência, forças físicas e morais. Eram quatro padres e quatro coadjutores que tivessem essas qualidades e que cuidassem da marcenaria, da sapataria, da cozinha e da música. Duas preocupações: ciência e aptidão para o trabalho. Muito sábio. Sua sabedoria se manifestava também no carinho para com os doentes: "Economize-se em tudo, mas que não falte nada aos doentes"; "Tende cuidado especial para com os doentes, os meninos, os velhos e os pobres; isso significa atrair as bênçãos de Deus e dos homens". E permita-me Dom Bosco, fazer uma menção especial à verdade, aliada da sabedoria: "Usemos sempre de franqueza no dizer a verdade"; "O padre para fazer o bem deve unir à caridade uma grande franqueza". E assim você se comportava. Aliás de você se dizia: "Dom Bosco se defende; não ofende" tal a lisura e firmeza de seu comportamento. No último filme que fizeram sobre você, a juventude se entusiasma quando você, no seu recanto de trabalho, é ofendido por um visitante oficial e, então, levanta-se, arregaça as mangas da camisa e se dispõe para a briga. Certamente você não iria passar daquilo. De qualquer modo estava disposto a se defender também com fatos. Esta paixão pela correção, pela coerência, pela verdade na vida é que o fazia dizer aos seus salesianos: "O melhor de todos os ensinamentos é fazer aquilo que se ordena aos outros". 

Dom Bosco, você sabe: por um grande privilégio me fiz educador. Sou graduado em várias áreas, dois mestrados fora da educação, mas me sinto mesmo é educador. Chego a dizer que tudo quanto fiz em termos de estudo, o fiz em função da educação. Por isso, meu encantamento por você quando o assunto é educação, é muito grande e me leva a lhe ser enormemente grato. Sem falsa humildade, considero-me um bom educador salesiano. Quero lhe dizer o que em você me levou a optar pelo seu sistema educativo, mais que por qualquer outro, que também tive o privilégio de conhecer. 

Tudo começa quando ouço você dizer: "Lembrai-vos: educação é coisa do coração". Entendo que essa convicção presidiu todo o seu comportamento e o fez declarar escancaradamente: "Em todo jovem também no mais levado, existe sempre um ponto acessível ao bem. Primeiro dever do educador é procurar tal ponto, esta corda sensível do coração e disso tirar proveito". Que coisa admirável. Que confiança no humano. Que sintomático princípio pedagógico que o levava a proclamar que "Falamos principalmente ao coração do jovem". Será que você conhecia Maturana, o grande biólogo chileno que afirma: "Somos animales dependientes del amor... que es la emocion central en la historia evolutiva humana"? Hum, Dom Bosco, que orgulho tenho de você em matéria de educação. 

Não por nada a palavra central de sua pedagogia é: Amorevolezza que o dicionário italiano Zingarelli descreve como "atto che dimostra affetto", isto é, amor que se tem e se manifesta o que me leva a traduzi-la como "benquerença", que para Houaiss significa "manifestação de afeto". Nunca consegui emplacar essa palavra. Não tem importância. Mas é a palavra-chave de sua pedagogia, Dom Bosco, que o faz dizer: "Não basta amar, é preciso que o jovem sinta que é amado" ou "Os jovens não só não sejam amados, mas percebam que são amados". Estou tão convencido de que essa é sua palavra-chave porque vejo você dizer: "A primeira felicidade de um menino é saber-se amado" e "O que atrai o jovem é a boa acolhida, uma mão benfazeja", assim como "Não existe melhor iguaria que uma boa acolhida". Por isso é que quando você mandou Padre Rua abrir uma primeira casa, sua recomendação número um foi: "Procura fazer-te amar antes que fazer-te temer". Enfim, Dom Bosco, chego a pensar que seu lema sacerdotal fosse: "Apparuit benignitas e humanitas Domini Nostri Iesu Christi", pois era isso que você queria de seus salesianos. Afinal você não cansava de recomendar: "No falar e no se comportar usai de doçura com todos, principalmente com aqueles que lhes ofenderam ou que os veem com maus olhos". 

Dom Bosco, na juventude eu ouvia, aliás muito pouco, falar dessas coisas e ficava até encabulado. Quantas vezes me vinha à cabeça: frescura! Mas eu cresci, Dom Bosco, e não só joguei pro lixo o medo das amizades particulares, como me dei conta da profundidade de seus conceitos e da validade de sua doutrina pedagógica. É verdade: nunca me esqueci de seu conselho "Quem se der conta de que não será capaz de conservar a virtude da castidade não se faça padre". Não, não só não me esqueci como abandonei, como você sabe, o ministério sacerdotal. Mas, posso lhe confiar, dediquei-me sempre, com convicção, à prática de sua doutrina pedagógica. Ela me cativou por dentro; introjetei-a. Você, vivo como é, deve estar percebendo que não falo de "sistema preventivo", nem de sistema salesiano. São palavras muito equívocas. 

Falando ainda de educação, gosto de lembrar de alguns ditos seus que me cativaram e de cuja validade ainda desfruto "É melhor um pouco de barulho que um silêncio raivoso"; "Amando os jovens naquelas coisas de que gostam, aprenderão a gostar também daquelas coisas de que gostam pouco"; "A ginástica, os passeios, o teatro são meios eficacíssimos para se obter disciplina"; "A música dos jovens ouve-se com o coração e não com os ouvidos". Poxa, Dom Bosco é muita grandeza. E se o assunto é "castigo", aí, então, acho que você atinge as alturas: "Caridade, paciência, doçura, nunca repreensão humilhante e castigo jamais". Dom Bosco, foi você quem inventou aquele "absurdo" de leitura de notas? Eu sei que está no regulamento para as casas. Mas era para ser daquele jeito, em contradição com tudo quanto você dizia e queria? Desculpe-me sair da linha, mas não dei conta. 

Querido Dom Bosco, você me vendo falar assim de você, pode pensar: Esse meu amigo não sabe de nada. Sei, sim, Dom Bosco. Sei de opiniões muito sérias sobre seu temperamento: "Fogoso e altivo a ponto de não suportar resistência", dizia Cagliero; "É inútil, quer fazer do seu jeito", falava Cafasso; "Ainda que dotado de esplêndidas qualidades humanas, Dom Bosco não era, por natureza, um homem paciente, humilde e meigo como o conhecemos; extravagante e cabeçudo" dizia o teólogo Cinzano. 

E a dificuldade em lidar com os superiores eclesiásticos, hein Dom Bosco? Para você, além do Papa, nenhum outro era necessário. E isso gerava, além de uma grande ciumeira, até ódio. Nas suas muito sérias desavenças com o antigo amigo, Gastaldi, que você indicara para arcebispo de Turim, a crítica é unânime: não se sabe qual dos dois era mais cabeçudo. Há opiniões mais sérias, mas me soam isoladas: "Dom Bosco é um mentiroso, um impostor, um prepotente que quer se impor à Sagrada Congregação. Afinal, o que deseja Dom Bosco? Não possui ciência, não possui santidade. Faria melhor se ficasse quieto sob a direção de um Ordinário, sem essa obstinação de querer criar uma congregação. Muito esperto, muito obstinado, muito ganancioso de dinheiro, fácil para falar e fazer falar de si" era o que dizia o Cardeal Ferrieri. 

Dom Bosco, nada disso me incomoda. Afinal, para mim também o "Dom Bosco mais real e verdadeiro se revela, antes de mais nada, na multiplicidade do fazer... os fatos, as obras são o seu ser e a sua mensagem". Por isso também não me incomodam os seus números bíblicos, bem exagerados em certas circunstâncias; os milagres que você fez, ou que contam que você fez: castanhas multiplicadas, hóstias consagradas que não acabavam até que o último menino comungasse; bilocação, etc. Nada me incomoda. Mesmo porque, você foi o primeiro a desmentir, por exemplo, aquela história da ressurreição do menino Carlos, que nunca existiu, como um de seus grandes amigos críticos provou. Dom Bosco, quanto mais tiram de você aqueles registros emocionais feitos por seus primeiros colaboradores, dotados de fé, sem dúvida, mais puro você fica e, por conseguinte, mais perto de quem se dispõe a seguir seus passos. Afinal, você era o primeiro a saber que magia não compra a liberdade e nem a vida. 

Agora Dom Bosco, gostaria de fazer umas considerações e deixar para você uma pergunta. E é exatamente sobre o sistema preventivo. 

Antes de mais nada, tenho uma convicção: a maneira de educar que você sempre utilizou e quis transmitir aos seus colaboradores é uma resposta às carências que perpassaram sua vida. Carências afetivas, sobretudo: aquilo de não ter tido um pai, de não ter tido uma vida de família fácil, aquilo de, muitas vezes, não ter tido com quem contar, o distanciamento dos superiores, etc.. E você a propor presença, proximidade, atenção aos mais necessitados, e mais atitudes. Só não entendo porque você não queria de modo algum ouvir falar de "amizade particular", você que teve várias, não só com Comollo. Enfim, você não queria que os jovens passassem pelo que você passou apesar de ter tido uma Mamãe Margarida que, evidentemente, não poderia suprir todas as suas necessidades. É isso mesmo? 

Outra coisa. Você escreveu, porque se sentia muito pressionado, aquele opúsculo sobre o sistema preventivo. E nele você fez uma afirmação que não se encontra em nenhum outro documento. É aquilo de que o Sistema Preventivo se apoia na religião, na razão e na amorevolezza (benquerença). Ouvi tanto falar sobre isso, comentar, explicar, justificar e não sei que mais. E nunca me convenci disso. Para mim, Dom Bosco, o seu sistema educativo se apoia, se faz, se realiza na Presença. É uma pedagogia da presença. É ou não é? Uma presença que precisa ser racional? Sem dúvida. Uma presença cheia de amorevolezza? Sem dúvida. Uma presença arraigada em sentimento religioso? Sem dúvida. Mas Presença. Isto é, religião, razão, amorevolezza sem presença não servem para educar, pois o que educa é a relação. Como você sabia disso, caramba. Você conhecia muito bem a psicologia do jovem e não poderia ter aberto mão de estar com ele. E aqui vem outra questão: será que você falava de presença física? Você conseguiria mantê-la com tantos jovens como você tinha nos oratórios ou no Oratório? Para mim, você poderia até falar de presença física, mas quanto lhe estava a peito era conseguir que os educadores tivessem presença no coração dos jovens, presença que se conquistava à medida que os jovens percebiam que eram amados, que havia gente comprometida com a vida deles. É ou não é, Dom Bosco? 

Nesse particular, deturpamos muito seu pensamento: a maioria dos salesianos se comprazia com uma presença sem a qualidade exigida para se tornar uma relação educativa. Também porque é muito mais fácil vigiar que acompanhar, é muito mais fácil estar ao lado fisicamente que conquistar o coração. Só com a presença física, porém, não se "Coloca o menino na moral impossibilidade de pecar". 

Dom Bosco, antes de terminar, quereria muito falar dos vinte e seis anos que passei nas casas salesianas. Quereria falar para lhe dizer de vários salesianos que, na relação comigo aspirante, noviço, clérigo, assistente, estudante de teologia e padre marcaram minha vida, porque me propiciaram forte relação educativa. Mas, não posso ocupá-lo mais. Você deve ter muito o que fazer por aí. Mas saiba, que recebi muito da congregação e de muitos excelentes salesianos. Pelo que, sou gratíssimo a ela e a eles. 

Vou terminar. Espero que você leia esta minha carta como expressão da minha gratidão por você ter entrado na minha vida. Isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, para garantir-lhe que me dedico a fazer o seguimento de Jesus à luz de sua vida de "narrador de Deus" (Viganó) e com a convicção de que "Deus colocou-nos no mundo para os outros". 

Finalmente, um dia você, dirigindo-se aos ex-alunos, falou: "Vocês também são salesianos". Um dia, um filho seu, Salesiano de estirpe, também se dirigiu a nós, a este grupo que aqui está, falando a mesma coisa: vocês são salesianos. Não é que seja importante, mas nos fez muito bem. 

Dom Bosco, um grande muito obrigado. Não tenha pressa em me responder. Sei que você não tem prazo. Além do mais, a gente se vê, não é? Com calma, está bem? Abração.

12 comentários:

Francisco José dos Santos Braga (compositor, pianista, escritor, gerente do Blog do Braga e do Blog de São João del-Rei) disse...

No dia 31 de janeiro p.p., data que se comemora a morte ou a "ressurreição" para a vida eterna de Dom Bosco ocorrida em 31 de janeiro de 1888 em Turim, daquele que fora aclamado "Pai e Mestre da Juventude" por São João Paulo II, aproveitei um pensamento de um ex-aluno salesiano, Eduardo Oliveira, para enviá-lo a meus amigos salesianos em mensagem cujo assunto era "Salve São João Bosco!", lembrando que o homenageado, além de ter fundado uma congregação salesiana, criou raízes profundas nos corações ao longo do tempo para todos aqueles que se beneficiaram com a pedagogia de Dom Bosco, o que levou a um resultado surpreendente: uma luta constante pela vida e a busca da verdade e da liberdade. Os destinatários dessa mensagem foram sacerdotes, seminaristas e "ex-salesianos", meus conhecidos.

João Bosco de Castro Teixeira foi um desses destinatários, que se sentiu tocado pela mensagem e me respondeu agradecendo muito minha saudação pela lembrança da efeméride. Continuou escrevendo: "Além de muito devoto de Dom Bosco, de lhe ser também muito grato, professo, convictamente, e acho que vivo intensamente, a pedagogia que dele aprendi." A seguir, pedindo permissão, enviou-me uma carta que escreveu para Dom Bosco, nos duzentos anos de seu nascimento ocorrido, como sabemos, em 16 de agosto de 1815 em Castelnuovo Don Bosco. E explicou: "A história é a seguinte: meus colegas, ex-salesianos, pediram-me que lhes falasse sobre Dom Bosco. Então, achei melhor fazê-lo escrevendo a tal carta. Gostaram mais do que se eu falasse."
O Blog de São João del-Rei sente-se honrado em publicar a carta de João Bosco de Castro Teixeira a Dom Bosco.

José Maurício de Carvalho (escritor e membro da Academia de Letras de São João del-Rei, ex-professor universitário de Filosofia na UFSJ e ex-coordenador de colóquios de Filosofia) disse...

Foi um grande santo e um homem preocupado com os jovens. Seus salesianos continuaram seu trabalho. Bela homenagem.

Kennedy Alemar da Silva (professor universitário da História da Educação, principalmente na UFLA-Universidade Federal de Lavras; autor do Livro: Educação no Mundo Globalizado em co-autoria com Sílvio Firmo do Nascimento) disse...

Prezado amigo, também cresci com Dom Bosco. Minha mãe estudou em várias casas das salesianas e meus pais moram na Paróquia Dom Bosco de São João del Rei. Gostaria de agradecer por compartilhar conosco e, principalmente, comigo esta Carta de nosso amigo João Bosco. Fez-me muito bem.
Abraços
Kennedy Alemar da Silva.

Diamantino Bártolo (professor universitário Venade-Caminha-Portugal, gerente de blog que leva o seu nome http://diamantinobartolo.blogspot.com.br/) disse...

Bom dia

Estimado amigo.

Grato por partilhar sua imensa cultura.

Bom final de semana.

Abraço.

Diamantino

Dr. Mário Pellegrini Cupello (escritor, pesquisador, presidente do Instituto Cultural Visconde do Rio Preto de Valença-RJ, e sócio correspondente do IHG e Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Caro amigo Braga

Muitíssimo interessante esta carta “póstuma” a Dom Bosco, um religioso que nos deixou mensagens de uma fé pragmática.

Com a sua licença, divulgarei esse e-mail para alguns padres e amigos de fé cristã.

Agradeço, sensibilizado, pelo envio.

O amigo Mario

Prof. Fernando de Oliveira Teixeira (advogado, professor universitário, escritor, poeta e presidente da Academia Divinopolitana de Letras) disse...

Muito obrigado pela Carta a Dom Bosco. O xará de seu pai espiritual expressou a pedagogia e o espírito salesiano. Deus o abençoe pelo texto e, para você e Rute, minha prece a Dom Bosco pela felicidade do casal. Abraço amigo do Fernando Teixeira

Licurgo Leão Silveira (fundador, regente e arranjador do coral Nossa Senhora de Fátima, de Divinópolis até 1989; atualmente é treinador de vôlei para adolescentes) disse...

Prezado Francisco,
Já tinha lido essa carta a Dom Bosco. É extraordinária. João Bosco Teixeira é muito inteligente.
O pouco que fiz e faço na minha vida pelas adolescentes é puro salesianismo. Há um ponto que é fundamental na educação: a confiança do educando no trabalho do educador. No meu trabalho há um princípio (hoje é marca registrada): não ensino nada; só crio situações para que, o que eu quero das crianças, aconteça.

Prof. Cupertino Santos (professor de história aposentado de uma escola municipal em Campinas) disse...

Olá, professor.
Confesso-lhe que nada conhecia sobre Dom Bosco, a despeito de sua fama e obra pedagógica. Agradeço-lhe então duplamente pelo texto desse professor - que por sinal escreveu de Araxá que conheço razoavelmente, lamentavelmente delapidada pela mineração que, a meu ver, muito retira e pouco ou nada devolve àquela sociedade que há muito se entregou ao seu desmedido poder.
Genial esse texto, porque "dialoga" com D.Bosco a partir de suas idéias e sua vida, incluindo as críticas e polêmicas que teve, ao mesmo tempo que empolga e informa o leitor.
Mais uma animadora publicação sua. Abraços.

Paulo Sousa Lima disse...

Prezado confrade Francisco Braga, parabéns pela divulgação dessa bela peça literária de profundo lirismo e afeto. Não fui salesiano e nos anos 60, envolvido nas campanhas de alfabetização de jovens e adultos e fortes debates quanto "ao melhor" método de alfabetização (Paulo Freire x Dom Bosco...) tive contato com o Método Dom Bosco e confesso que não o apreciei a princípio. E agora, ao ler essa "carta" entendo porque: no acirramento dos debates ideológicos daquela década era para nós militantes ditos "de esquerda" difícil assumir uma pedagogia da presença, cheia de sentimentos "amorevalezzos" (é assim mesmo?) pois adotávamos uma militância, mesmo de Ação Católica, centrada na organização do coletivo e na conscientização para a transformação social. O pronome não era eu e vc mas sempre nós (ver, julgar e agir coletivo). Essa carta benfazeja me ajudou a fechar essa gestalt: não importa o método, o importante é o compromisso com aquele que precisa. Muito obrigado pela publicação.

Pedro Paulo Torga da Silva (participante e incentivador do Movimento dos Focolares no Brasil) disse...

Francisco, obrigado por partilhar essa beleza de carta. Foi uma meditação para mim. Obrigado também ao João Bosco de Castro Teixeira por tanta inspiração e capacidade literária. O que a gente percebe é que os Santos, cada um a seu modo e com o seus carismas, continuam pelos séculos a nos propor aquilo que Jesus já dizia aos seus discípulos: AMAI-VOS. Estou convencido que não há outro caminho.
Abração,

Pedro Paulo

O amor não é nada científico... mas leva muito mais longe

João Bosco de Castro Teixeira (ex-reitor da UFSJ, escritor, articulista e membro da Academia de Letras de São João del-Rei) disse...

Prezado Francisco, que gentil. Fiquei emocionado com suas palavras que agradeço de coração. Você viu que a Carta para Dom Bosco foi realmente de filho para pai, não é? Então, um abraço amigo. João Bosco

Eduardo Oliveira (professor e coordenador de reuniões salesianas) disse...

Bom dia, Francisco

Você tem o email, do João Bosco?
Penso em pedir a ele autorização para divulgar entre os ex-alunos e ex-alunas a carta a Dom Bosco.

​Abraços

Edu


Com Dom Bosco sempre